Em um ano atípico, projeto amplia atuação e forma multiplicadores e empreendedores venezuelanos recém chegados ao Brasil
Adaptação a um novo país e idioma, dificuldade em encontrar emprego, xenofobia e vulnerabilidade social: este é o cenário de muitas venezuelanas e venezuelanos que chegam ao Brasil buscando novas oportunidades devido a crise econômica e política.
Intensificada nos últimos anos, a migração de pessoas da Venezuela pode chegar a 5 milhões em 2020, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados – ACNUR. No Brasil, esse número superou a casa dos 200 mil, em 2019. Em 2018, de todas as carteiras de trabalho emitidas para refugiados e migrantes no país, 70% foram para venezuelanos(as), de acordo com os dados do Observatório das Migrações Internacionais.
A chegada, via fronteira de Pacaraima, no estado de Roraima, a mobilidade e instalação de um importante contingente de venezuelanos no país provocaram um amplo debate na imprensa e organizações que atuam com migração e refúgio.
É neste contexto que acontece o Empoderando Refugiadas, iniciativa parceira do Tecendo os Sonhos a partir de 2020. O projeto, realizado pela Rede Brasil do Pacto Global, ONU Mulheres e pelo ACNUR, busca promover a integração, de forma digna, de pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio no mercado de trabalho brasileiro, especialmente as mulheres, e acontece nas cidades de São Paulo e Boa Vista (RO).
“Desde 2015 o projeto foca na capacitação e na preparação da mulheres para o mercado de trabalho, inserindo-as da melhor forma possível, garantindo melhores condições de trabalho, contratações justas e igualitárias, além da mobilização e sensibilização do setor privado para a causa”, explicou Yana Lima, coordenadora do programa durante evento realizado pelo Tecendo Sonhos.
Além da preocupação com a inserção no mercado de trabalho, a iniciativa também passou a se atentar às necessidades das famílias no sentido de empregabilidade e melhor adaptação no país. A solução encontrada: estimular o empreendedorismo, formando migrantes que querem abrir ou já possuem seu próprio negócio. Foi então que teve início a parceria com a Aliança Empreendedora.
“Estas iniciativas são importantes já que refugiados ou solicitantes de refúgio precisam gerar renda e o empreendedorismo passa a ser uma alternativa”, contextualiza Cristina Filizzola, diretora da filial São Paulo da Aliança Empreendedora e coordenadora do Programa Tecendo Sonhos.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo ACNUR e pela Universidade de Brasília (UnB), 48% dos migrantes venezuelanos disse possuir também familiares envolvidos com algum tipo de atividade empreendedora e 65% deste total estava no setor de serviços como parentes cabeleireiros, vendas e pequenos comércios. Ainda segundo o estudo, refugiados e migrantes que entraram no Brasil com alguma estrutura, como dinheiro ou um acolhimento definido, se inseriram com mais facilidade no mercado de trabalho.
Multiplicadores de possibilidades
Por meio da metodologia do Cineclube – que trabalha temas pontuais de até duas horas de duração – a ideia do projeto é qualificar os próprios refugiados e equipe de apoio para que possam ser os multiplicadores das informações dentro dos abrigos. A iniciativa, que teve início em outubro, mescla os aprendizados dos seis anos de atuação do Tecendo Sonhos, e os vídeos, podcasts e outros conteúdos, considerando as necessidades específicas dos recém chegados.
“Apesar da experiência que temos com migrantes bolivianos no Tecendo Sonhos, precisamos estudar, aprender e criar uma nova rede de parceiros para esse projeto. Mesmo sendo migrantes, os venezuelanos chegam aqui em circunstâncias muito difíceis, com condições culturais diferentes e sem uma rede de suporte quando interiorizados”, explica Filizzola.
Ao todo, o projeto quer atender 400 refugiados até março de 2021, tanto via Empoderando Refugiadas, quanto por meio da mobilização de organizações como o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR), que atua nos estados de Roraima, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O Programa Tecendo Sonhos em Boa Vista conta apoio da MasterCard Center For Inclusive Growth e INDITEX.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |